""MEU CANTINHO ENCANTADO...""

BJS* YARA


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OBRIGADO YARA!!!!!

sábado, 19 de dezembro de 2009

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O NASCIMENTO DE JESUS!!!O Significado do Natal na Infância”

Os períodos natalinos sempre nos trazem à lembrança momentos marcantes na nossa vida. Sem dúvida é na nossa infância que ficam as marcas mais significativas desta fase da nossa jornada, passagens essas que, todos os anos retornam ao pensamento, fazendo-nos reviver aqueles momentos, alguns felizes, outros nem tanto, mas que continuam a povoar o nosso consciente e a influenciar o nosso estado de espírito nesta especial fase do ano.

Para quem é cristão e católico, como a maioria do povo brasileiro, é sempre um período de contemplação, de reflexão e de esperança de dias melhores, reveladas na figura de Cristo menino, no seu berço em Nazaré, figuração que nos traz a expectativa de uma nova vida pela frente, a começar no Ano Novo que está para chegar e que o olhar para o Deus menino fica entusiasmado por tudo o que o futuro poderá lhe revelar, simbolizados pelo alvorecer dessa nova vida e o florescer de oportunidades.

Na minha infância vivi fases bem distintas: até aos sete anos, na minha cidade do Porto, onde nasci e onde conheci as primeiras revelações do Natal, passando a valorizar tais momentos pela expectativa dos presentes, colocados sorrateiramente na meia colocada estrategicamente em cima da lareira na casa de meus avós, em Vila Nova de Gaia. A família de meu pai (e que era muito grande) se reunia em volta de uma enorme mesa (que naquela ocasião me parecia bem maior) com a minha saudosa avó na cabeceira (que na época já era viúva), oportunidade na qual se festejava aquela data, com uma ceia de Natal onde não faltavam os assados e o indispensável bacalhau cozido à portuguesa, ao qual se seguiam inúmeras sobremesas com as quais nos deliciávamos constituídas de frutas, de doces, onde !

pontificavam as frutas cristalizadas, as nozes, as avelãs, os figos, as passas, onde também não faltava a aletria, as rabanadas e as castanhas, tudo isso acompanhado dos vinhos (isso só para os adultos) e dos sucos e dos refrigerantes, deixando-nos (as crianças) envolvidos naquele ambiente familiar e acolhedor e que continuava no dia seguinte com o cabrito e o perú assados e seus acompanhamentos. Sempre acompanhados pela troca de impressões entre os participantes e onde não faltavam lembranças de outros Natais e das pessoas que ali já não estavam, ou porque não tinham podido vir, ou porque tinham emigrado, ou mesmo por já terem falecido. Eram momentos de encanto e de emoção e que eram aguardados por todos, durante o decorrer do ano, para ali serem vividos com todo o entusiasmo e fervor. Lembro, claramente, que a minha mãe tinha que fazer um esforço todo especial par! a me fazer dormir, tal era a ânsia de saber o que o Pai Natal iri a trazer após a meia noite e, logo nas primeiras horas do dia seguinte, o dia de Natal, eu acordava, pedindo à minha mãe para me levar até à lareira para descobrir o que o bom velhinho teria deixado.

Posteriormente, embora trasladado para o Rio de Janeiro, para onde meus pais emigraram (isto há 54 anos), as tradições a que me tínha acostumado desde essa tenra idade, continuaram a fluir e passamos a nos encontrar na casa de minha tia Rosa, no bairro de Rio Comprido, onde ela fazia questão de reviver as tradições e o ambiente familiares a que estávamos acostumados desde Oliveira do Douro. O tempo foi passando e as pessoas mais velhas foram nos deixando, outros novos membros da família foram chegando, mas eu continuo a exercitar a minha memória e a relembrar os

momentos tão felizes e significativos que a infância me deixou nessas comemorações natalinas, procurando transmitir a meus filhos, à minha neta, aos sobrinhos e aos meus! familiares, esta tradição tão cristã e portuguesa, fazendo reunir na minha casa todos eles, na expectativa de que as crianças de hoje possam vir a ter os momentos de felicidade e de encanto que eu pude usufruir naqueles Natais da minha infância e que me marcaram definitivamente por toda a vida. O Natal é, sem sombra de dúvida, uma festa de amor, de compreensão e de paz, sentimentos que devemos preservar e que as crianças conseguem nos transmitir melhor do que ninguém. Faço votos de que tenham passado um Natal repleto de boas lembranças e que o Ano Novo de 2008, seja muito promissor, com muitas realizações pessoais e sociais para as nossas comunidades portuguesas espalhadas pelas sete partidas do mundo!


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